Boa Palavra - post 0004
(Réquiem para um Mártir)
(O. D. C. Joaquim José da
Silva Xavier – post morten)
Eis, pois, a pátria indolente,
Sanguessuga inadimplente,
Vampirizando o inocente,
Com lascívia adolescente!
Pátria amada no fervor,
Dos patriotas com ardor,
Dando a vida por temor
De os seus sentirem dor.
Independente pátria injusta,
Vivendo hoje à custa,
Daquele que sofre e luta,
Em tão desigual labuta.
Filho a tanto abortado
Do prazer abençoado
De ter-te, bendito prado,
Onde deitar-se, cansado.
Torrão de geografia,
Belíssima que irradia,
A luz do sol todo dia,
Matando o que principia.
A dar os primeiros passos,
Órfãos, cruentos laços,
Aonde não têm abraços,
Que calem soluços lassos.
O homem imperialista.
Veio a ser pacifista,
Mas d’antes em sua lista
Tinha a cabeça do artista!
Que tirava os dentes podres,
De um Brasil sempre pobre,
E traçava ideal nobre
De não entregar o cobre!
“Libertas Quae Sera Tamem”!
Oh! Idealista do além!
Obsoleto é também,
Esse dizer no refém.
De uma pátria que conduz,
Sob a fenda do capuz
A tez horrenda de pus,
E o poder com que seduz
Na mídia obstinada,
A raça mui massacrada,
Negra e miscigenada,
Desde sempre escravizada!
Oh! Profundo conhecedor!
Da escravidão, da dor,
De sem nenhum pudor,
Castigarem teu negror!
Há! Vítima principal!
Da pátria que é sinal
Da escravização total,
De tua cor natural!
Ainda hoje quem não vê,
A pujança do poder,
Mui corrupto a crescer,
Fazendo o menor perecer!
Eia! Avante pátria amada!
Vais deixando por estrada,
Tua história marcada,
Essa mesma registrada!
Com repetição de êmbolo,
Crava-se em ti o membro,
Mastro marcial supremo
Erguido Sete de Setembro!
Max Costa
segunda-feira, abril 20, 2009
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